sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Após prisão de mototaxista, clima na fronteira ainda é tenso

O clima está tenso nas pontes que dão acesso ao lado boliviano pelas cidades de Brasiléia e Epitaciolândia (Acre) à capital do Pando, Cobija (Bolívia). Desde o final da tarde desta terça-feira (13), o movimento dos mototaxistas em protesto a prisão de um de seus companheiros que ocorre a cerca de 22 dias, está a frente do impedimento de carros pipas com combustível.

 O motivo seria a detenção de Eronildo da Silva Lopes (46), que se encontra no presídio de Villa Busch, distante cerca de 9 km da cidade de Cobija. Ele está preso desde sexta-feira (26), quando foi até Cobija após ser contratado para buscar uma ‘encomenda’. Eronildo foi detido na volta, por policiais da Interpol (Polícia Federal brasileira), com cerca de dois mil dólares americanos.

Mototaxistas bolivianos estairam cobrando pedágios para quem tentasse passar tanto para olado brasileiro quanto boliviano, na cidade de Cobija, capital de Pando (Bo) - Fotos: Alexandre Lima
Desde então, sem qualquer tipo de defesa, foi acusado de estar conivente com supostos criminosos do lado brasileiro, que estariam ameaçando uma família de bolivianos e o dinheiro seria para eles. Essa informação não foi confirmada se seria verdadeira.

Para piorar ainda mais a situação, os taxistas do lado boliviano também aderiram ao movimento, em protesto pela falta do combustível que está retido no lado brasileiro, já que os veículos utilizam as BR’s brasileiras pelos estado de Rondônia e Acre.

Nesta quarta-feira (14), o movimento tomou corpo e gerou algumas situações em que policiais militares detiveram um brasileiro, sob acusação de desacato. Já do lado boliviano, sequer a pé estariam deixando passar, fazendo com que alguns estudantes brasileiros passassem por dentro do Igarapé Bahia, por debaixo da Ponte da Amizade.


Já na ponte Wilson Pinheiro, em Brasiléia e que está fechada, tem relatos que um grupo de mototaxistas bolivianos estariam cobrando pedágio para poder deixar passar a pé. O fato foi denunciado por duas estudantes que pediram para não ser identificadas por medo de represálias.

Na cidade de Epitaciolândia, os manifestantes foram informados por agentes federais que o movimento estaria ilegal, já que fere a Constituição Federal, no que se refere ao direito de ir e vir do cidadão, mas não foi acatado. Mesmo com a presença do Secretário de Segurança do Estado, Ildor Reni Graebner, nada foi resolvido por enquanto.

Fonte: Alexandre Lima, Contilnet